Crédito internacional para construir 3ª via Serra-Vitória é aprovado pelo banco do BRICS

Crédito internacional para construir 3ª via Serra-Vitória é aprovado pelo banco do BRICS

Na última quinta-feira (16), foi aprovado o pedido realizado pelo município da Serra para tomada de crédito internacional. Em uma reunião virtual com a presença do prefeito Sergio Vidigal, representantes da União e do Banco dos BRICS, a minuta contratual foi assinada pelas três partes, e o pedido de empréstimo de 57 milhões de dólares (aproximadamente R$ 300 milhões na cotação atual) está agora apto a avançar para os próximos passos.

O financiamento visa à construção de duas obras estruturantes na Serra, destacando-se a terceira via entre Serra e Vitória, que conectará o litoral das duas cidades. A instituição financeira responsável é o New Development Bank (NDB), conhecido como Banco dos BRICS. Segundo o Secretário Municipal da Fazenda, Henrique Valentim Martins da Silva, mesmo com a aprovação, ainda há um longo caminho até que o desembolso seja realizado e o dinheiro chegue aos cofres municipais.

“Tivemos êxito na negociação e agora daremos entrada no processo na Secretaria do Tesouro Nacional. A partir daí, enfrentaremos um caminho extenso que inclui várias etapas, como análise de crédito, aprovação da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, encaminhamento à Presidência da República e, posteriormente, ao Senado Federal, onde os senadores precisarão dar o aval, até que finalmente chegue ao Ministro da Fazenda”, relatou Henrique. Dado que o processo é longo e demorado, a expectativa da Prefeitura é que o desembolso só ocorra em 2025.

Todo esse caminho se justifica pelo fato de que o Governo Federal é o garantidor do empréstimo, e a licitação será um certame internacional. Esta é a primeira tomada de crédito internacional na história da Serra.

Obras e condições do contrato

A escolha por uma instituição bancária internacional deve-se às condições vantajosas de pagamento da operação de crédito. Henrique Valentim mencionou que haverá um período de carência de seis anos e o prazo de pagamento será de 18 anos. Ele acredita que o desenvolvimento econômico gerado pelas obras de infraestrutura rodoviária financiadas pelo empréstimo aumentará a receita monetária, compensando as parcelas.

O valor contratado é de 57 milhões de dólares, destinado à construção de uma estrada que ligará os polos empresariais Civit I e Civit II à BR-101 e à Avenida Norte Sul, criando uma via paralela à Rua Samuel Meira Brasil, em Taquara. Isso desviará o tráfego pesado de caminhões que atualmente passa pelo Parque Residencial Laranjeiras, especialmente pela Avenida Eldes Scherrer de Souza, para fora do bairro, proporcionando maior fluidez e menor densidade de trânsito; permitindo com que os dois polos industriais continuem expandindo sem maiores impactos na mobilidade urbana.

A outra obra é a terceira ligação viária entre Serra e Vitória, que contornará as áreas da Vale no Complexo de Tubarão e buscará interligar o litoral de Serra com a orla de Camburi. Isso criará uma terceira opção viária, além da BR-101 em Carapina e a Avenida Norte-Sul. A ideia parte do princípio que essa terceira estrada vai conseguir aumentar o dinamismo metropolitano entre as duas maiores economias da região e, corrigir uma questões histórica, que foi o isolamento da zona sul do litoral serrano, causado após a construção do terminal oceânico da Vale no início dos anos 1960. Essa obra tem o potencial de dar uma nova guinada econômica e de novos negócios rumo ao litoral serrano a partir de Carapebus e Bicanga, além de estimular o mercado imobiliário a investir nessa faixa territorial da cidade.

Além dessas duas obras, a operação de crédito inclui o desenvolvimento de um sistema de gerenciamento que compilará um inventário de todos os ativos rodoviários da Serra. Na prática, isso envolve o mapeamento de todas as vias para aprimorar a gestão e, futuramente, auxiliar no planejamento urbano da cidade.