Serra ultrapassa Vitória e, pela primeira vez, tem a maior economia do ES
A Serra ultrapassou Vitória e, pela primeira vez na história, se tornou a maior economia do Espírito Santo. As informações sobre o Produto Interno Bruto (PIB) dos municípios capixabas foram divulgadas nesta sexta-feira (17) pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os dados são referentes ao ano de 2019. Segundo o levantamento, a participação da Serra no PIB do Espírito Santo foi de 18,8%, enquanto Vitória respondeu por 15,7%.
Naquele ano, a soma das riquezas produzidas no Estado totalizou R$ 137,3 bilhões, patamar ligeiramente superior aos R$ 137 bilhões gerados em 2018. O PIB da Serra, em 2019, foi de R$ 25,8 bilhões, enquanto Vitória chegou a R$ 21,6 bilhões no mesmo ano.
A capital capixaba, inclusive, foi uma das cidades que tiveram, em 2019, a maior queda na participação do PIB nacional, com decréscimo de 0,1 ponto percentual. De acordo com a pesquisa, a perda de participação de Vitória esteve condicionada às indústrias extrativas, especificamente à pelotização.
Com isso, a Vitória caiu no ranking dos 100 maiores PIBs do Brasil, passando da 34ª para a 47ª posição. Observou-se ainda que o Espírito Santo foi uma das 12 unidades da Federação em que a capital representava menos de 30% do PIB estadual.
Os outros municípios capixabas que estão no ranking dos 100 maiores PIBs brasileiros são Serra, que subiu do 42º para o 39º lugar, e Vila Velha, que passou de 88º para 86º. A Serra, segundo o levantamento, foi beneficiada pela expansão no setor de serviços.
“Essa não é uma mudança súbita. É resultado de um processo que já vem de alguns anos. O município da Serra vem mostrando forte participação na economia capixaba, se destacando pelo dinamismo e diversificação dos seus setores de atividades econômicas, não só com a indústria, mas também no setor de serviços”, explicou o diretor de Integração do IJSN, Pablo Lira.
Os resultados do PIB dos Municípios de 2019 revelam ainda que os quatro municípios que apresentaram maior participação no PIB Estadual são da Grande Vitória, sendo, pela ordem, Serra, Vitória, Vila Velha e Cariacica. O estudo mostra ainda que eles respondem por pouco mais da metade da produção econômica do Estado (51,4%).
Essa concentração da economia, contudo, vem se reduzindo quando comparados com os resultados de 2002, quando esses mesmos municípios concentravam 59,4% do PIB.
Entre 2018 e 2019, os municípios com maior variação de participação no PIB foram: Marataízes, com alta de 110,2%, influenciado pelo resultado da indústria extrativa mineral — extração de petróleo e gás natural; São Domingos do Norte, que cresceu 86%, principalmente devido à fabricação de produtos de minerais não-metálicos; e Pinheiros, com aumento de 19,9%, puxado, em grande parte, pela fabricação de produtos de madeira.
Por outro lado, Brejetuba e Irupi tiveram quedas de 21,1% e 20,7%, respectivamente. Segundo a pesquisa, os dois municípios sofreram, principalmente, com perdas nas culturas de café arábica.
Presidente Kennedy tem o maior PIB per capita do país
O levantamento mostrou ainda que, em 2019, o município de Presidente Kennedy, no litoral sul do Espírito Santo, registrou o maior PIB per capita do País: R$ 464.883,49, puxado pela extração de petróleo. No mesmo ano, o PIB per capita brasileiro foi de R$ 35.161,70.
Ao todo, 11 municípios capixabas estiveram acima da média estadual, em relação ao PIB per capita. O valor registrado em Presidente Kennedy foi cerca de 13,6 vezes maior que a média de R$ 34.177 registrada no Espírito Santo.
Os municípios de Itapemirim e Marataízes, também no litoral sul, completam a lista dos três maiores PIBs per capita do estado, evidenciando a influência da extração de petróleo e gás como gerador de riqueza na região.
“É sabido que PIB per capita não significa necessariamente renda per capita da população. É preciso chamar atenção, então, para a importância do Fundo Soberano criado pelo governo do Estado. Essa iniciativa faz com que os ganhos econômicos obtidos com a produção de petróleo e royalties sejam transformados em benefícios sociais para o futuro da população capixaba”, ressaltou o diretor-presidente do IJSN, Daniel Cerqueira.
No ranking, observa-se ainda os municípios de São Domingos do Norte (6ª), impulsionado pela fabricação de produtos de minerais não-metálicos, e Santa Maria de Jetibá (9ª), na criação de aves, que aparecem pela primeira vez na série histórica superando o PIB per capita estadual.
Outro destaque é o retorno de Anchieta (11ª), que entre 2016 e 2018 esteve com PIB per capita abaixo da média capixaba.
Vitória cai para 3º entre as capitais com maior PIB per capita
Em relação às capitais, Vitória apresentou o terceiro maior PIB per capita do Brasil, com R$ 59.693,66. O valor ´é 1,70 vez maior que o índice registrado no país. A primeira colocada nesse ranking foi Brasília (R$ 90.742,75).
Entretanto, em 2018, Vitória ocupava a segunda colocação nesse indicador, com valor 2,19 vezes maior que o PIB per capita nacional. Em 2002, essa proporção foi ainda maior, tendo chegado a 2,82 do valor registrado no Brasil.
Reprodução Folha Vitória
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