Serra | Empresários pedem mudança na concessão do Pavilhão
Com a intermediação do presidente da Frente Parlamentar da Parceria Público-Privada (PPP) da Assembleia Legislativa, deputado estadual Bruno Lamas (PSB), o governo do Estado, representado pelo gerente de Estudos e Negócios Turísticos da Secretaria de Estado do Turismo (Setur), Rafael Granvilla, admitiu na ultima sexta-feira (18), durante reunião realizada pela Frente, que poderá ocorrer mudanças no edital de concessão do Pavilhão de Carapina, na Serra.
“Hoje foi mais uma etapa. Estamos montando o edital. Queremos que o setor de turismo se manifeste, contribua. Vamos apresentar as propostas dos empresários ao governo. Mas queremos atender cada vez melhor. O Pavilhão de Carapina é uma importante ferramenta”, declarou Granvilla.
Na reunião, empresários do setor de eventos demonstraram preocupação com o modelo de concessão do Pavilhão de Carapina. Para eles, a minuta de edital deve passar por ajustes para não afugentar investidores e não penalizar o segmento turístico capixaba. As sugestões apresentadas serão encaminhadas pela Frente Parlamentar ao governo do Estado, responsável pelo processo.
“Foi uma reunião muito equilibrada e positiva. O governo já tomou a decisão de fazer um Centro de Convenções à altura do nosso Estado. O modelo, naturalmente, precisará de contribuições. A Frente Parlamentar possibilitou hoje, por meio da participação de moradores e das entidades representativas do setor de turismo de negócios, outras importantíssimas avaliações”, declarou Bruno.
O presidente do ES Convention Bureau, Elcimar de Paula, questionou a inovação prevista no projeto de concessão. Segundo ele, os quase R$ 22 milhões previstos como investimentos estão vinculados à resolução de problemas estruturais, espécies de reparos, mas que no final das contas são obras emergenciais de infraestrutura e não priorizam a inovação.
Outra reclamação é sobre a área a ser terceirizada, que diminuiu, passando de 209 mil m² para 108 mil, o que dificultaria a captação de novos eventos.
“O espaço está ficando apertado para feiras, como a do mármore e da Acaps, que já praticamente tomam todo o espaço do pavilhão. Assim, o evento não consegue crescer, por não ter um espaço adequado. Os investimentos são grandes. Tudo que se faz é preciso colocar uma grande estrutura ali envolvendo ar-condicionado, elétrica e tendas, o que inviabiliza alguns eventos. Não há um auditório, uma sala ampla bem climatizada, o que dificulta na captação”, enumerou Elcimar.
À vontade na reunião, os empresários começaram a apresentar o que acreditam ser o modelo ideal. O momento de maior emoção foi protagonizado por Marcos Milanez, diretor da Milanez & Milaneze, empresa de organização de feiras, que avaliou o edital com bons olhos, mas ponderou sobre os investimentos na infraestrutura do local.
DIFICULDADES
Com a voz embargada, Marquinhos, como é conhecido no setor de turismo, foi aplaudido pela plateia ao revelar as dificuldades que o segmento enfrenta para atuar, como por exemplo o custo de aparelhos de ar-condicionado para a realização de eventos que, segundo ele, gira em torno de R$ 1 milhão e é repassado ao expositor, o que contribui para a perda de competitividade.
“Isso é um desrespeito com o setor”, disse ele, informando que o Espírito Santo é o único estado do Sudeste que não tem um pavilhão para grandes eventos.
A redução da área a ser concedida também foi criticada. “A gente precisa realmente repensar esse modelo de negócio e o Estado realmente fazer esse investimento e aí sim propor à iniciativa privada”, defendeu.
O superintendente da Associação Capixaba de Supermercados (Acaps), Hélio Schneider, reforçou o apelo. Ele frisou os problemas estruturais existentes no espaço e pediu um projeto viável para o investidor.
“Caso contrário vai ficar igual à BR-262, que entra em licitação, mas não aparece ninguém”, exemplificou.
A expectativa é que em o edital seja publicado em novembro. Ele explicou que o espaço a ser concedido tem 108 mil m², três pavilhões e outros espaços externos para eventos. O contrato terá prazo de 30 anos e valor total de R$ 139 milhões. Outros R$ 21,9 milhões serão destinados somente para investimentos mínimos.
Além de explorar a arena multiuso, como está sendo chamado o pavilhão, a concessionária poderá implantar projetos associados, como espaços comerciais, sem contraprestação por parte do Estado.
Anfitrião, Bruno concluiu com um olhar otimista para o futuro. Para ele, o governo já decidiu pela criação de um Centro de Convenções porque irá gerar trabalho, emprego e renda.
“Temos um dever de casa para a Frente, que é preparar o relatório. Vamos buscar o governador, a Secretaria de Turismo e o empresariado para que possamos convergir o interesse de todos”, declarou.
Reprodução Hora Aghá
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